domingo, 22 de março de 2015

Traje

No sábado fui comprar meu traje académico.
Sei que a verdadeira emoção irei senti-la quando sair à rua pela primeira vez (que só será no  jantar de curso, daqui a um mês).
Eu praticamente só quis ser praxada porque queria andar trajada. Pelo menos era isto que eu achava...

À medida que o tempo ia passando, comecei a perceber o verdadeiro sentido daquilo tudo.
As praxes mudam as pessoas, especialmente na personalidade. Eu tenho o meu próprio feitio, um pouco especial e difícil, mas graças às vezes que tive que encher, ficar de quatro, ouvir sermões,...fui-me cansando de responder, pois não valia a pena e nem sempre tinha razão.
Aliás houve um dia ("o meu dia negro de praxe"), chatearam-me o dia todo por causa de uma coisa que tinha acontecido entre mim e um doutor. Zangaram-se comigo e aconteceu de tudo e mais alguma coisa. Até o chamaram e obrigaram-me a pedir-lhe desculpas.
Mas cerca de uma hora depois, deixaram-nos ir a casa jantar.
Ele estava no café em frente ao sítio onde moro e chamou-me, pois queria falar comigo. E demonstrou-se preocupado comigo e contra o que eles me fizeram.
Foi a partir deste momento que me apercebi que ele não era o teimoso, o chato e o irritante que eu pensava que era...resolvemos as nossas divergências e atualmente ele é o meu padrinho de praxe.


E quando me vi no espelho, com o traje vestido, apercebi-me que tudo aquilo tinha valido a pena.

- Estamos tão orgulhosos! - disseram os meus pais
- Mereceste-o! - respondeu o meu avô
- Ele fica-te mesmo bem! - exclamou a minha avó.


E eu pensava: por todos os momentos em que pensei em desistir, aquele dia em que nos apercebemos das nossas divergências, fizeram com que continuasse na luta.
Eu orgulhosa do meu percurso, do meu padrinho e de todos os que acompanharam este meu percurso.

Mas acima de tudo, estou orgulhosa de mim <3






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